Por várias vezes já salientámos a importância de um percurso profissional diversificado e estimulante, com experiências enriquecedoras. Mas, o que fazer quando as oportunidades que lhe surgem são, invariavelmente, abaixo das suas reais competências e capacidades?

Confira os aqui os prós e contras duma experiência profissional abaixo das suas qualificações.

PRÓS

  1. Por um melhor CV... Uma experiência profissional, qualquer que seja, é sempre um contributo valioso para a sua carreira. Melhor ou pior, qualquer experiência é útil na construção do seu perfil profissional, ajudando a desenvolver determinadas competências ou a adquirir novas capacidades.
  2. Trabalho é sinónimo de atividade. É muito mais difícil justificar um período de “paragem” num percurso profissional que se quer diversificado e estimulante, do que enquadrar um passo atrás ou um corte temporário. O facto de se manter ativo(a) ao invés de se acomodar às queixas e lamentos do “desemprego” é, por si só, revelador dos melhores traços enquanto profissional: proatividade, motivação, iniciativa, autonomia, etc...
  3. Um ponto de partida. Apesar de não ser prática comum em todas as empresas, é frequente termos exemplos de pessoas que entram pela “porta das traseiras” para uma empresa e conseguem evoluir profissionalmente e construir uma carreira dentro da organização. Poderá necessitar de um esforço adicional para mostrar o seu potencial, mas, pelo menos, terá muito mais hipóteses de ser “visto(a)” pelas pessoas certas.
  4. Rede de contactos. Haverá melhor forma de conhecer pessoas e estabelecer contactos profissionais? Estando integrado no mercado de trabalho terá, à partida, uma posição privilegiada para conhecer e contactar pessoas ligadas a outras áreas e outras empresas e que o poderão ajudar a chegar ao emprego que, de facto, deseja.
  5. Novas competências. Muitas vezes, é em experiências “deslocadas” da formação académica e de experiências anteriores, que se assimilam novos conceitos e se contacta com realidades que, de outra forma, nunca se teria conhecido. Aproveite para reter o máximo de informação possível, seja recetivo(a) à aprendizagem e saiba dar o seu melhor.

CONTRAS

  1. Deixar-se acomodar... O conformismo é o principal “perigo” associado a este tipo de experiências. Acomodar-se à segurança de um salário ou de um emprego, quando este não está enquadrado no plano de carreira que ambicionava para si, é o pior erro que se pode cometer em termos profissionais. Deverá sempre encarar uma situação destas como algo temporário, e esforçar-se para a ultrapassar, ainda que aproveitando o que de bom tenha para lhe oferecer.
  2. Um “ponto negro” no CV. Por muito que tentemos desmistificar a situação, sem dúvida que é complicado justificar uma quebra ou retrocesso na evolução profissional, seja por que motivos for. Nada é mais natural do que ser-se associado à sua ocupação profissional, podendo ser desprestigiante para um profissional bem sucedido assumir determinadas funções numa área ou hierarquia totalmente diferente da que seria suposto.
  3. Uma ferida na autoestima.  Ser obrigado(a) a retroceder profissionalmente tem consequências óbvias na esfera pessoal, nomeadamente a nível da autoestima e confiança. Ao assumir funções aquém daquilo que sabe ser capaz de desempenhar, a segurança e motivação poderão dar lugar ao desânimo e frustração, sentimentos que poderão continuar a refletir-se a longo prazo. Saiba manter um espírito otimista, e tenha em mente os verdadeiros fatores que o levaram a assumir esta função, sem deixar que uma temporária “despromoção” afete os seus reais objetivos.