Um dos maiores problemas com que os seleccionadores se confrontam durante os processos de recrutamento é a falta de “personalidade” de muitas das candidaturas recebidas. Na verdade, são raros os candidatos que sabem “vender-se” com palavras próprias e com significado real, e nada é mais desmotivador do que receber dezenas e dezenas de candidaturas impregnadas de frases feitas ou ouvir as mesmas respostas vezes sem conta nas entrevistas.
Conheça os clichés mais frequentes e aproveite para marcar a diferença em relação aos seus concorrentes!

# Currículo
Há uma série de competências que são referidas vezes sem conta nos CV’s e que, seja pela sua falta de relevância ou seja exactamente pelo facto de serem repetidas muitas vezes, acabam por não servir como um factor diferenciador.
Os clichés mais frequentes: Entre os clichés mais frequentes encontram-se expressões como autonomia, capacidade de comunicação, capacidade de trabalho em equipa, conhecimentos de informática na óptica do utilizador, criatividade, dinamismo, excelente capacidade de relacionamento interpessoal, organização e responsabilidade.
A solução? É verdade que o Currículo serve para descrever o seu percurso profissional e que existem competências que são incontornáveis, mas existem muitas formas de resumir o seu perfil, evitando as frases feitas habituais. Entre as opções mais eficazes, sugerimos que dê provas concretas dessas competências, exemplificando algum projecto que tenha feito no passado (por exemplo, referir que é sucessivamente escolhido para organizar os eventos sociais da empresa para demonstrar a sua capacidade de organização e dinamismo; ou uma ideia que desenvolveu para um serviço inovador que exemplifique a sua criatividade, entre outras).


 # Carta de Apresentação
A carta de apresentação, que poderia ser uma boa oportunidade para o candidato dar a conhecer mais de si e mostrar as suas motivações, acaba por ser desperdiçada num documento repleto de frases feitas, desde o cumprimento inicial até à despedida. Já associadas ao documento “cliché” por excelência, acabam por servir de pouco às empresas em processos de selecção, fornecendo pouco mais do que o nome do candidato e a identificaçao da função a que responde.
Os clichés mais frequentes:  “Procuro uma oportunidade para desenvolver as competências que adquiri ao longo da minha formação...”: “Tendo conhecimento do prestígio da Empresa X”; “
A solução? Acima de tudo fazer um documento original, sem pretensiosismos. Claro que existem aquelas formalidades impossíveis de contornar, típicas de um documento deste tipo, mas poderá marcar a diferença com um parágrafo apenas, em que diga genuinamente o que o levou a candidatar-se aquela vaga e o que faz de si a pessoa indicada para o cargo.
 
# Entrevista
Durante uma entrevista começa a ser cada vez mais comum ver os candidatos a “debitarem” discursos preparados com antecedência, bem ensaiados e com cada resposta na “ponta da língua”. É claro que muitas vezes não é fácil fugir às respostas mais óbvias, já que as questões colocadas repetem-se também muitas vezes e o candidato já sabe o que o seleccionador pode querer ouvir.
Os clichés mais frequentes:  “O meu principal defeito é ser perfeccionista” (ou, no geral, a tentativa de utilizar qualquer característica que seja positiva, para descrever um ponto fraco, quando o candidato é questionado sobre os seus defeitos/pontos fracos); “Preciso de um novo desafio...”; “Sou uma pessoa bastante flexível e que aprende depressa...”
 A solução? Aprender a preparar-se para as entrevistas sem decorar discursos e tentar ser um pouco mais espontâneo nas respostas. Reciclar as respostas de sempre para as "perguntas do costume", dando um toque diferenciador. Aos entrevistadores, cumpre desenvolver novas formas de estruturar as suas entrevistas, que consigam colocar os entrevistador em situações não previsíveis!