Recebe uma proposta de emprego que está decidido(a) a aceitar, mas, quando chega o momento de comunicar a decisão à sua chefia, este apresenta-lhe uma contraproposta para que se mantenha nas suas funções atuais. O que fazer? Será que é tempo de voltar atrás? Ou deverá seguir em frente com a sua decisão?
Damos-lhe a ajuda necessária para tomar a melhor decisão.

O contrapeso da balança
# É natural que fique hesitante, especialmente quando até nem tem razões de queixa do seu atual emprego. Mesmo quem já passou por situações negativas tem tendência para, nestas alturas, valorizar mais as vivências positivas.
# O receio de trocar um “ambiente seguro” em que os colegas são já amigos, por um ambiente desconhecido em que tudo vai ser novidade, é um dos fatores que mais influencia na consideração de voltar atrás.
# Normalmente, uma contraproposta vem associada a melhores condições, o que dificulta ainda mais a decisão. Se já era alguma a vontade de ficar, será ainda maior quando as contrapartidas são significativas.

Questões a ponderar
# Já pensou por que motivo a sua empresa só lhe propõe um aumento sentindo-se ameaçada? Será que não deveria ter assegurado, desde logo, o valor que o mercado lhe reconhece?
# Quando a empresa faz uma contraproposta está certamente a pensar no seu benefício próprio e não no bem-estar do colaborador. Será que esta é sempre a maneira de estar da sua empresa ou existem outras contrapartidas que lhe têm sido garantidas desde sempre?
# O que o levou a considerar a hipótese de mudar? Tenha em consideração que é muito provável que, apesar de uma melhoria pontual a curto prazo, as mesmas circunstâncias voltem a repetir-se no futuro.
# Não se limite a pensar na questão monetária. Pondere perspetivas de evolução, oportunidades de aprendizagem e toda uma série de condicionantes importantes.
# Assegure-se de que as novas condições propostas, em ambos os casos, estão bem definidas e garantidas. Apesar de tudo, não são raros os casos de empresas que criam falsas expectativas nos seus colaboradores!
# Olhe para os números. As estatísticas indicam que a maioria dos colaboradores que optam por aceitar uma contraproposta do seu empregador anterior, acabam por sair voluntariamente da empresa ao fim de 6-12 meses.
# Ainda que opte por ficar na empresa, uma situação destas não é facilmente esquecida. Para a empresa e colegas, passará a ser visto como uma pessoa que não está totalmente satisfeita, cuja lealdade foi posta em causa e que, de certa forma, conseguiu melhores condições por meio de “chantagem”.

A evitar
# Não caia no erro de utilizar a estratégia da “chantagem”, ameaçando o atual empregador com a proposta de outra empresa como meio para conseguir melhorar a situação atual. O risco de sair prejudicado desta situação é elevado, sobretudo se não coloca verdadeiramente a hipótese de sair.
# Não apresente uma questão destas ao seu chefe sem avaliar previamente a oferta que recebeu. Lembre-se que, depois disso, dificilmente poderá passar uma “borracha” sobre o assunto e dar o dito pelo não dito.
# Não aproveite esta situação para ter um aumento exagerado ou para conseguir regalias que nunca lhe seriam dadas na sua posição atual. O mais provável é que a estratégia seja facilmente descoberta e ponha em risco tudo o que conseguiu alcançar.